quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Casa Prado - Qualidade que se veste

Recebi a Veja do dia 06/08 com alguns catálogos de lojas locais, como as Lojas Gabriela, de calçados, e as Casas Prado, de roupas masculina. Como bom coçador irei dar uns palpites matutos sobre isso. A revistinha da Gabriela está legalzinha, como deveria ser, com destaque maior nos produtos e menor nos modelos. A Casa Prado está um horror de mensagem visual, ou talvez seja algo bem marotamente gay.

A “special collection” trás fotos da distinta freguesia usando roupas da loja ao lado de uma modelo. Primeiro há um gordinho com um drinque com azeitoninha olhando o tempo e a modelo na piscina olhando-o desoladoramente conformada. Segundo há um tiozinho careca jogando cartas, possivelmente na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero porque jogos de azar são “proibidíssimos” no Brasil (e acho que Cuiabá faz parte deste país). Ao lado do carequinha, pero guapíssimo, está a mesma modelo que deu o fora do gordinho, agora o semblante dela está melhor, está mais placidamente ausente. E, finalmente, lá está a moça com um jovem esbelto, bonito e elegante, mas que está na espectativa do próximo gesto do seu acompanhante. Sim, tô achando que a garota não tem passado por bons programas, mesmo com esse jovem.

Se por um lado a Casa Prado coloca seus clientes em posturas abocosadas, e a mulher em posição de garota de programa, em outro momento registra algo bem explícito. Como se reconhecesse que a população cuiabana é composta por metade de negros, eis que há um modelo negro também. O modelo negro está bem barbeado e bem vestido (claro, o comercial é de roupas), mas a roupa que o negro veste é roupa de motorista ou de segurança (como a foto foi batida de dia, então é motorista, quem mais usaria roupas pesadas e escuras em Cuiabá que não fosse peão? Empresário é que não é). Mas, além de tudo, eita lambança! O modelo negro está brigando em plena luz do dia?

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