sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Os bons cuiabanos: Muvuca

“Ameaça, Perturbação da Tranqüilidade, Lesão Corporal ou Tentativa de Lesão Corporal, Furto de Coisa Comum, Constrangimento Ilegal” num processo e noutro apenas “furto” em que um é coisa da mãe e noutro de posto de gasolina (“Rodoviária de maluco é posto de gasolina” diria o artista Ventania), entre outras coisas que é pura muvuca, melhor dizendo, Muvuca, também o codinome de José Marcondes dos Santos Neto.

O neto do seu José Marcondes é alto-paraguaiense, nascido há 36 anos e continua tentando se firmar num mundo áspero, cão até. Segundo o Ely Santantônio o pai do Muvuca, seo Ivan, tinha um bolicho nas terras da sua família, em Diamantino, e quase namorou a bela Marluzi, mas o Ivan foi mais rápido e casou com a moça. O pequeno José veio para Cuiabá e se formou em jornalismo após militar no movimento estudantil, depois se lançou na política, mas não deu certo. Acabou se tornando o Muvuca.

Acho que o Muvuca bate-pino, talvez seja o sol na cacunda, talvez seja o estômago reclamando que o levam a agir feito um agitado das artes das letras (entendi porra nenhuma do livro que andou escrevendo ) ou um irrequieto escrevinhador da fauna política local. Gosto do Muvuca ( do mesmo modo que aprecio também o jornalista Ely Santantônio ).

Digo isso a respeito do artigo “A máfia de Pedro Taques”. O que foi escrito não abala minha confiança no senador Pedro Taques, ainda que este esteja dentro do espectro político à direita, mesmo sendo do partido fundado por um dos grandes brasileiros à esquerda, Leonel Brizola. Certamente que Leonel Brizola se bateria pelas hidrovias e pelos trens, de carga ou transporte rápido, mas duvido que se afastaria de amigos endinheirados e rústicos, como o dono de postos de combustíveis Aldo Locatelli.

O problema é que hoje o senador Taques é homem poderoso e eis que amigos brotam feito tiririca na roça e sempre há os aloprados que tomam-lhe as dores, como ao forçarem a demissão do Muvuca ou apostarem R$1milhão a quem provar haver alguma máfia. Essa prodigalidade com o dinheiro é obscena quando alguém como o Muvuca depende tão somente do salário para sobreviver. Abominaria que o jornalista Muvuca sofresse mais retaliação ou pressão devido ao artigo, ou série de artigos, como prometeu fazer, e espero que o senador Taques use apenas a sua assessoria de imprensa ou processos judiciais discretos para se contrapor.

Quando o poderio econômico, social e político mostra as garras contra alguém mais fraco na disputa é óbvio que as simpatias irão para o mais pequetito. Além do que o Muvuca há tempos é das poucas vozes dissonantes na nossa apascentada imprensa, sendo mesmo um cara engraçado e irreverente dentre de uma classe sisuda e asséptica. Oras, todo pau-rodado torce o nariz para essa pseudo-moralidade cuiabana em que o principal interessado por algo quer ser o último a saber e destina ódio a quem lhe contar. Se pensam ou querem impingir alguma imagem pública ao senador Taques a melhor saída é combater o foco ou as condições da sua propagação, que duvido ser o Muvuca.

Para alguns é sintomático que o artigo “A máfia de Pedro Taques” tenha sido publicada no site Midianews do jornalista Ramon Monteagudo, tido como amigo do deputado Riva que é o político mais poderoso de Mato Grosso atualmente e que foi acusado de ser amigo do mafioso Comendador Arcanjo. Se hoje o deputado Riva é o principal ator no cenário político não se sabe futuramente devido ao crescimento firme e constante do senador Taques. Ocorre que após quebrar o braço armado e financeiro do crime organizado no estado o então procurador Taques disse que ainda faltava o mais difícil, acabar com o braço político.

De fato, curioso que o Muvuca tenha voltado ao Midianews porque lhe tinha uma penimba há um certo tempo devido aos cortes de comentários às matérias políticas. Acho que o site do Ramon não é muito generoso no espaço às opiniões dos leitores, sendo um dos mais rigorosos nesse sentido, eu mesmo passei pouquíssimas vezes por seu crivo, e desisti. Por conta do que chamou de censura à democracia e que acabou criando o próprio site, o Megadebate (http://www.megadebate.com.br/) cuja leitura da “Coluna do Muvuca” se tornou obrigatória em Mato Grosso.

Um comentário:

Enelson disse...

Trabalhar é bom e eu gosto, mais cuidado com os palavras que diz do conterraneo pedro, futuro patrão.

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