Sou assinante da Revista Veja há
anos, e não me sinto culpado por isso, apesar de tudo. Mas me sinto ludibriado
com a revista desde a prisão federal do empresário Carlos Augusto de Almeida
Ramos, no popular, bicheiro Carlinhos Cachoeira, ou para os gringos “Charlie
Waterfall”. Há semanas que a Veja não trás reportagens bombásticas na sua “seção
Brasil”.
Aparentemente Charlie Waterfall
era o próprio quadro da inteligência da Veja, sem ele acabou-se tudo, a revista
mixou e para não se tornar esquálida se reforça com reportagens de segunda da
sociobiologia norte-americana, vulgo darwinismo social, ou o que justifica o
individualismo dos mais espertos na sala, ou selva capitalista. A Veja adora
esse assunto, copiam mesmo, copiam tudo.
A prisão do homem que ditava a
pauta da revista Veja pegou no rebojo o bom nome de Demóstenes Lázaro Xavier Torres,
que foi bostiado. O senador Demóstenes Torres me fez pegar nojo, primeiro pelo
seu andar, como se fosse um obeso abobado que necessitasse ser conduzido, e depois
pela inesperada defesa da supremacia branca na nossa selva capitalista.
O problema dos nossos
capitalistas é que não dispensam o aconchego do Estado, mas mostram os dentes
para coisas como o “bolsa-esmola”, oficialmente chamado de “mecanismo
condicional de transferência de recursos”, ou o popular “bolsa família”, um
programa voltado aos brasileiros em pobreza extrema, como 150 mil que vivem com
menos de R$70/mês em MT.
É claro que sabemos quem são os nossos
pobres, 90% são pretos, ou afrodescendentes. A maioria está na região cuiabana,
e ficam aqui bem menos por “saudade de mamãe” e mais pela “apartheid social
gerado pela monocultura” das cidades colonizadas por sulistas. Quando a “gauchada”
foi tocada para Mato Grosso pelos militares há trinta anos apanharam aqui feito
cão porque eram pobres, e a pobreza é feia, mesmo com olhos azuis. Mas os
sulistas que chegaram não eram negros, não eram índios, eram brancos, e eram
instruídos, e assim o Estado lhes garantiu terra, infraestrutura e
financiamento.
Confesso que nunca dei bolotas ao
senador Demóstenes Torres até que assisti a fala de uma jovem bonita e
branquinha chamada Roberta Fragoso Kauffman, seu sotaque nordestino, como os que
permeiam os brasilienses envolvia o discurso de que existe uma “racialização em
marcha no Brasil”. A bela procuradora do DF se escorava no senador Demóstenes
Torres.
Duvido muito da convicção do
senador Demóstenes nestes assuntos por que aparentemente buscava ocupar um
lugarzinho mais aprazível no cenário político apenas para tocar os negócios de Charlie
Waterfall, e daí que discursava sobre os temas caros às zélites, como a
moralidade pública e a paz social, o que envolve terras, pobreza e minorias. A mídia dos homens da nossa Wall Street,
digo, Avenida Paulista, gostou do obscuro goiano, mas o espaço virtual, ou
blogosfera não gostou não.
Atualmente os homens da paulista
se dedicam a municiar com argumentos, ou conteúdo, os seus agregados da blogosfera,
de modo a se manterem firmes, ou com moral, para rebaterem o que chamam de
BESTA, Blogosfera Estatal, ou blogueiros remunerados de modo direto ou
disfarçado com dinheiro público. Obviamente que não se toca no assunto do financiamento e remuneração dos grandes jornalões, ou de seus editores ou jornalistas.
Essa foi uma sacada do jornalista
Fábio Pannuzio para defender os sêniores da Veja, membros do chamado PIG´s, Partido
da Imprensa Golpista, ou jornalistas dedicados a paralisarem, ou “sangrarem politicamente”
o Palácio do Planalto. O que não aconteceu com o Lula, e muito menos está
acontecendo com Dilma.
A cunhagem de “PIG” para identificar os golpistas foi de Paulo
Henrique Amorim, e depois dele toda moagem proliferou feito tiririca pela
blogosfera. O jornalista da Veja, Reinaldo Azevedo bem que tentou se contrapor
ao conceito PIG criando o JEG, Jornalismo da Esgotosfera
Governista, ou blogueiros que se dedicam a repetir as orientações do “comitê
central do PT”, também chamados por ele de PETRALHAS, ou petistas corruptos, todos, porque inexistem "Irmãos Metralhas" honestos.
Coisas de crianças
mimadas, mas um bocado reveladoras de quem as mimoseiam.
Por exemplo, PIG,
ou porco, está impregnado da contracultura, dos hippies que abominavam aqueles
que pensavam só em dinheiro e exerciam a autoridade não para resolução de
conflitos e sim para manutenção do status quo, como os patrões, os capitalistas
e os policiais. E isso apenas para quem viveu nos anos 60 e 70 nos EUA, como
Paulo Henrique Amorim.
Ao mesmo tempo,
JEG, com a fonética para “jegue” lembra os xingamentos contra os colegas mais
lerdinhos da turma, os ignorantes, no que hoje é bulling na
época de moleque pespegávamos nos nossos bobinhos também o jumento, cavalo e
anta (aliás, outro PIG, Diogo Mainardi lançou um livro chamado “Lula é minha
anta”). Em suma, o tal JEG do Reinaldo Azevedo é muito raso, daí que não se tornou
popular como o PIG.
Falando em blogosfera
mato grossense, eis que o http://cacetaocuiabano.blogspot.com.br/
do Ely Santantonio, que há certo tempo atritou com o Fábio Pannuzio, está como na velha forma, nem PIG nem JEG, porque sempre diz
que não trabalha pelo poder e sim pelas putas. Há semanas que desce a pinhola
no governador Silval Barbosa, requenta as coisas, mistura assuntos ( como
apontar que o facínora Mario Marcio Martins, o Rambo, era sócio do jovem Silval
Barbosa ), berra que o filho do governador é mega empresário, que os Barbosa
são isso e aquilo, e cutuca um e mexe com outro. Acabou confessando o motor do destempero de semanas, o governo lhe deve R$150mil e não paga, privilegiando
apenas as grandes mídias de Mato Grosso.
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