sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Os bons cuiabanos - Ely Santantonio

Ely José de Souza Dias é um dos personagens mais interessantes e irresistíveis da fauna cuiabana devido a sua conduta de cidadão amoral ou outsider, sempre se esquivando de credores, processos e pistoleiros e, mesmo assim, sempre o mesmo escrevinhador velho de guerra Ely Santantônio.

Segundo Enock Cavalcanti (http://paginadoenock.com.br/
) o arredio profissional das letrinhas infames é o grande bruxo da imprensa marrom em Mato Grosso, e para Ivaldo Lúcio, do blog que tem um irritante fundo musical, o “brasileirinho” (http://www.luciodiaenoite.com/), o furtivo jornalista é excomungado pela boa sociedade apenas por expor a cloaca fétida de Cuiabá.

Ely Santanonio nasceu a meio século em Diamantino, MT, neto orgulhoso de Caetano Dias da Silva, cognominado “Major Caetano Dias”, e filho de Eurindo Dias da Silva, dos poucos que sempre lhe foram fiéis apesar da sua prodigalidade. Além da fazenda Santo Antônio, o Major Caetano deixou a Eurindo prestígio na região de Diamantino e Alto Paraguai e o cargo de fiscal da Fazenda.

Chegou à capital um garoto sério, depois caiu na esbórnia, aprendeu com os veteranos a ganhar dinheiro e até hoje lamenta a pouca disciplina e as muitas traquinagens, coisa que o afastou até mesmo da própria família. Mas pouca falta deve fazer aos primos ministro do STF Gilmar Mendes Ferreira e a deputada Telma Figueiredo Pimentel de Oliveira, viúva do saudoso Dante de Oliveira.

Mas qual é o ganha-pão do Ely Santantônio?

Aparentemente o pobre profissional da imprensa goteja arduamente especialmente nos chamados ataques baixo nível durante as campanhas políticas, como um mercenário pronto ao trabalho sujo que outros fazendo ares de engulho não o fariam, a luz do sol, no que o Ely acha graça dos seus colegas e vice-versa, exceto Pedro Pinto de Oliveira, ex-secretário de Comunicação no governo do PSDB de Dante de Oliveira e professor de Comunicação da UFMT.

Pedro Pinto de Oliveira moveu ação contra o que chamou de calúnias do Ely, que “além de ofenderem a sua honra causaram-lhe transtornos irreparáveis junto a sua imagem pública e inclusive junto aos seus familiares”. Mas o processo foi arquivado devido a prescrição penal. Soubemos depois por Marcos Antônio Moreira (http://www.supersitegood.com) que Pedro Pinto o professor de “ética jornalística” fora um dos criadores do “comitê da maldade”, um grupo clandestino de geração de factóides e impressão de jornais temporãos que sacaneavam os candidatos ou aliados do PT.

Mas o Ely não enche o bucho de dois em dois anos, a cada campanha política, mesmo porque mantém vícios como uísque e mulherada da boa. Então, se suas fontes lhe contam algum podre do que aconteceu na sociedade eis que o relato cairá rapidamente na rua, ou pelo menos, metade dela porque a outra metade será abruptamente esquecida. Assim até hoje não sabemos quem foi o figurão preso fazendo coisa feita no Parque Mãe Bonifácia ou quem é a autoridade que colocou silicone na poupança para agradar o contador.

Entretanto, algumas das suas “pautas” parecem ignorá-lo completamente.

O prefeito Wilson Santos foi mimoseado durante meses com a narrativa do início da sua vigorosa rotina sexual iniciada num caso amoroso homossexual, em que, bem entendido, o guri Wilsinho era o ativo da relação, o sujeito-homem. Mas isso foi coisa do passado porque atualmente o magricelo invocado só pega de miss para cima. De pega em xibungo às misses, o que o poder não proporciona?

A mesma coisa aconteceu com o governador Blairo Maggi em que desfiou detalhes durantes meses, até esgotar o assunto, de um suposto colóquio amoroso com uma senhora casada com um figurão importante de Mato Grosso, motivo pelas quais assessores próximos o chantageavam. De um pega no bicho bão a ficar com o cu na mão, o poder tem dessas coisas!

Acho que em Mato Grosso os jornalistas mais críticos, assertivos e independentes em suas opiniões são os apresentadores do programa televisivo “Cadeia Neles”, em que os criminosos pobres são chutados feito trapo imundo no chão e os criminosos ricos nem aparecem. Daí o diferencial do Ely.

Todavia, nem sempre o “papa da imprensa marrom cuiabana” capricha na mão porque ao tratar de nomes como Roberto França, José Riva ou Éder Moraes é tão asséptico-bajulativo que mais parece copiar as assessorias de imprensa, e esses profissionais são o que há em Cuiabá. Oras, o que embala a cervejada da patuléia não é a beleza dos homi ou a crise no agronegócio, e sim que os homi é igualzim nóis, aforante o dinheiro, poder, cornitude e viadagem.

Mas, no exercício da sua função, vez ou outra acaba por deixar alguém estrilado.

Ao baixar a bordoada em Luiz Pagot teve como conseqüência a justiça e a polícia atrás de si, e até mesmo mexer com as filhas de Serys Slhessarenko, colocando em bocas de matilde que eram escandalosamente ricas apesar da pobre nobreza da mãe não foi uma boa. Acostumado a cutucar onças enjauladas com a vara curta se assustou com as reações. Mas nada que seja novidade para quem está escaldado há anos nesse negócio.

Atualmente, o conteúdo impresso do seu tablóide também pode ser lido on-line através do
http://diariodoestado.blogspot.com/
http://diariodopovocba.blogspot.com/
http://www.liberalcuiaba.blogspot.com/
http://aocombate.blogspot.com/
no que trazem meras redundâncias de outros jornais, quase sempre notícias pitorescas sobre fatos incríveis ao redor do mundo.

A fonte secou, acabaram-se as fofocas meio-velados sobre as safadezas dos poderosos de Cuiabá, sumiram as denúncias meia-voz dos desvios de recursos públicos e até o momento ainda não ressurgiu à velha forma o Ely Santantônio.

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