Edmund Augustus Zanini distante 500 Km de Cuiabá, na então virgem terras de Sorriso dos anos 60.
Aos 33 anos desembarcou no Brasil o ambicioso capitalista norte-americano Edmund Augustus Zanini para se apossar de 149.000 hectares do Cerrado e Amazonia mato-grossense, terras em que perambulavam apenas tamanduás-bandeiras no começo dos anos 60 e que foram griladas pelos irmãos Mario e Renato Spinelli.
Em 1969 montou a Agropecuária Morocó em sociedade com tecnocratas, militares, industriais e latifundiários paulistanos chamados Ângelo Zanini, Carlos Henrique de Campos Zanini, Carmo Ortalli, João Peres Aneas, Jorge Bittar, Peter Levasier, Edemur Almeida, Reinaldo Silva Coelho; E, com o político de tradicional família cuiabana como sócio e diretor da Mocoró Ubiratan Francisco Vilela Spinelli pediu financiamento a SUDAM ao equivalente atual de US$50milhões para derrubar a floresta e engordar bois.
Em 1979, depois de 18 anos sem conseguir ou tentar implantar o seu projeto de engordar 100.000 bois e especulando as terras no momento de forte colonização sulista, o gringo Zanini – sua mulher Therese Francis Zanini e seus filhos – foi chutado para Nova Iorque através de uma carta e uma saraivada de balas na sua casa no bairro Boa Esperança.
A justiça social e o progresso se colocaram em marcha de modo rústico em Mato Grosso.
Inconformado, aos 81 anos, Edmund Augustus Zanini, ainda insiste na Justiça que 10% das altamente valorizadas e produtivas terras do município de Sorriso, que geram US$30milhões por ano, são suas e cobra US$500 milhões de quase 300 famílias de migrantes sulistas pobres que enriqueceram lavrando duramente o solo para colher e exportar toneladas de soja que equilibram patrioticamente a balança comercial brasileira.
Ocorre que em 1978 o dono de uma colonizadora chamada Sorriso e corretor Benedito Aparecido Rennó, pouco antes de morrer, contou ao tabelião de Paranavaí, PR, Renato Augusto Platz Guimarães sobre o projeto de especulação do gringo na região de Sorriso, MT.
Com a ira dos justos diante das injustiças, o pequeno servidor público se agigantou e combateu os poderosos capitaneados pelo gringo Zanini com o instrumento que contava nas mãos. Imediatamente, retirou o grosso livro de procurações e registros do seu cartório e o levou para uma cidadezinha aonde o aguardava o seu amigo do peito, Osvaldo Leão Sobrinho.
O corajoso e honesto Osvaldo Leão Sobrinho morreu algum tempo depois, mas antes passou a procuração para outro inconfidente chamado Locival Antônio Vargas, que, mesmo sendo de Franca, SP, foi para Cuiabá para vender o latifúndio ao fiel – e falido porque tinha 58 títulos protestados na praça - Lourival Abrão Asse por Cr$15.250.000, 00, ou o equivalente atual a US$100mil.
Quis o destino que o improvisado cartório da cidadezinha paranaense pegasse fogo e que apenas o livro das procurações, mesmo com capas de lona, se consumisse totalmente. A mesma Providência Divina também quis que Renato Augusto Platz Guimarães permanecesse enfermo por 15 anos para que não fosse molestado pelos poderosos agentes do Sistema.
Então, antes dos anos 80 começar tudo estava resolvido. Lourival Abrão Asse revendeu 35.000 hectares para Kapleiing Ripki, 55.000 hectares para Gunter João Frâncio e 60.000 hectares para a Colonizadora Sorriso. No final, as terras foram re-concentradas pela Colonizadora Sorriso e pela Colonizadora Feliz, que contava com o político de tradicional família cuiabana Oscar Travassos como funcionário, para finalmente, serem redistribuídas em várias propriedades.
Atualmente, de apenas um único dono que pretendia devastar a biodiversidade do cerrado e da floresta para criar bois existem na mesma terra 275 prósperas famílias de matuchos que se dedicam ao ambientalmente correto e importantíssimo cultivo da preciosa soja.
A justiça social e o progresso se colocam em marcha de modo rústico em Mato Grosso.
foto: álbum pessoal localizado em http://www.usinvestmentinbrazil.com/docs/Photos/
Edmund Augustus Zanini e fihos na região de Sorriso, MT, no começo dos anos 70.
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