segunda-feira, 11 de junho de 2012

As boas safadezas cuiabanas: cilada com chave de perna


O tiozinho se esforçava atrás da gostosa, na posição cachorrinho. Ele arfava, e não reconhecia seu rosto nos espelhos, mas a barriga saliente, e a bunda chulada lhe eram constrangedoramente familiares, então desviava os olhos para as ancas da moça, e se deliciava a cada arremetida que provocavam ondas na bunda roliça e balançavam os peitos enormes. Ela soltava gemidinhos, algo como “arf, arf, arf”. Tão bonitinha. Após o gozo se deitou ao lado da moça, que se desvencilhou e ficou de ladinho, já brincando com o celular. Danadinha. 

Era a sexta vez que saiam juntos, ou melhor, quinta, pois uma vez ela mandou uma amiga. Até pensou num ménage, uma safadeza de menino desde as revistinhas do Carlos Zéfiro e dos Catecismos Carrera. É claro, aquela lindeza de moça era garota de programa. E nunca cobrou programa algum, tudo de grátis, como gratidão, pensava o tiozinho, um safadinho, mas um cavalheiro. Lembrou-se de cinco semanas atrás.

Ia pela Avenida Miguel Sutil para casa no bairro Santa Rosa, e como sempre, o trânsito estava pesado, e parou de vez sob o viaduto da rodoviária porque de um carro adiante saltou esbravejando uma moça loira, do outro lado um rapaz moreno a mandava entrar. Ela correu para o carro do tiozinho, gesticulando, entrou, e pediu chorando que a tirasse dali. Eles foram embora, para lugar algum, em direção a Avenida da FEB. 

A moça usava maquiagem pesada, azul ao redor dos olhos, e os longos cabelos caíam sobre a blusinha colada que mal continham os peitos enormes. Era garota de programa e tinha brigado com o cafetão. Ela falava e falava, e ele pouco prestava atenção, pensava se era siliconada ou tinha os peitos naturais, concluiu que eram silicones porque os peitos não provocavam as deliciosas ondinhas gelatinosas. Ela lhe pediu o número do celular e ele deu, conversaram, ficou mais calma, e ele a levou para casa, um prédio no bairro Goiabeiras.

A garota bonita e gostosa ligou na semana seguinte, disse que não estava fazendo programas desde a briga e que queira sair para espairecer. O tiozinho foi até o prédio e ela já esperava, usando uma blusinha branca que mostravam o quanto era avantajada e um short curtinho que mostrava que a bunda era um colosso. E equilibrando tudo, um sapato de salto alto, muito alto. Ele perguntou aonde queria ir, e ela disse um chope, passear no shopping, algo assim. Ele perguntou sobre motel, e, para sua satisfação ela topou.

Iriam para o sétimo encontro amoroso. Marcou, picou a mula pro motel, e a esperava do jeito que ela gostava, nu, com todas as luzes acessas e mostrando que estava feliz em vê-la com a estrovenga tesa. Um amorzinho a garota. Ela chegou logo e estava um arraso, a coisa toda prometia. 

Então ela jogou sobre a cama 30 fotos, falou algo como R$1mil por unidade. O tiozinho parecia bobo e pouco entendeu do “achou que era de graça? você sabe que sou garota de programa, que cobro por momento, e comigo é caro”. Ela saiu, e disse que pegaria o dinheiro no dia seguinte. O tiozinho ficou congelado no tempo. Olhou para as fotos, e era ele, a bunda murcha, o barrigão, as mamas de velha, a boca dele no dedão dela, o dedo dela no fiofó dele, se arrepiou de vergonha por que a anarquia estava toda registrada.

Entregou quase R$10mil a ex-amiga-amante-gostosa, mulher falsa, dos cabelos alisados e coloridos à força, dos peitos falsos, da bunda cheia de furinhos... ô bunda boa... a mulher era boa mesmo, não podia negar. Então reparou que ela nem entrava no prédio e reconheceu o carro do cafetão estacionado próximo. Ela ficou brava, queria todo o dinheiro, mas aceitou esperar quinze dias para receber os R$20mil. 

Alguns dias depois, fortuitamente, avistou a loira saindo do supermercado Modelo, da Ponte Nova, e a seguiu até entrar numa rua diferente das características ruas estreitas do bairro Cidade Verde. No sábado a esperou por horas no supermercado até vê-la entrar com um garotinho. Enquanto ela parava na seção de bebidas, o garotinho foi para outro lado. O tiozinho conversou com o menino, que educadamente respondia tudo, e disse que era amigo da sua mãe e que o levaria onde ela estava. A loira avistou o tiozinho e ficou sem reação, sem cara de zanga, de simpatia, nada, apenas recebeu das mãos dele o seu filhinho e o recado “cuide bem dele, é um belo garoto, e não o perca de vista, nunca o perca de vista, ouviu bem?”.

Um comentário:

Piqui roído disse...

É... quando a esmola é demais...

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