sexta-feira, 18 de março de 2011

Os bons cuiabano: Sandro Louco

Sandro da Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, ainda usava calças-curtas quando começou a furtar para comprar maconha. Nunca mais parou, de roubar ou fumar, até que aos 24 anos foi preso chefiando uma quadrilha de assaltantes. Apesar dos percalços da profissão atingiu seu clímax aos 34 anos ao levar R$700 mi de um banco. Mas não se tornou conhecido como o top dos assaltantes, o especialista em bancos, e sim como péssimo executor de planos, a fama de latrocida pegou em “Sandro Louco”.

Atualmente aos 44 anos possui 155 anos a serem cumpridos e o mito de ser o detento mais perigoso de Mato Grosso.

Em 1991 aconteceu uma das suas primeiras condenações. Depois disso foi solto, preso, solto. Sempre passando pelo cadeião do Carumbé ou presídio Pascol Ramos, em Cuiabá, ou na Mata Grande, em Rondonópolis.

Sandro foi muito louco desde criança, uma peste do seu Nelson , dizem que vigia de escola, e dona Irene. “Sandro Louco” se tornou impossível também nos presídios, realizava quatro tentativas de fuga por ano. Apesar de tudo, teve sorte no amor, se casou teve filhos e enteados, no total de quatro passarinhos à alimentar.

Mas também conheceu presos ilustres e, tesouro supremo, conheceu amigos que o encaminharam na vida, eis que foi apresentado a poderosa e reservada fraternidade PCC. Iniciado nos rituais ocultos da organização se tornou mestre e, após perder meia dúzia de soldados acabou eliminando o desafiante e se tornando soberano PCC em MT.

Apenas dizem isso, a meia boca, porque nesses assuntos nem mesmo Márcio Sérgio Christino, promotor paulista, autor do “Por dentro do crime: corrupção, tráfico, PCC” poderia confirmar

Qual é a boa de “Sandro Louco”?

Desde os famigerados “Irmãos Leme”, fidalgos empobrecidos que se aventuravam tal qual Bandeirantes pelos sertões de São Paulo até Mato Grosso, e barbarizavam a tudo e a todas pelo caminho, não se via nada igual nestas bandas.

Talvez tenha havido outros facínoras em Cuiabá de má fama como Hércules de Araújo Agostinho, o “cabo Hercules”, que dizem ter matado mais de 30 viventes pagadores de impostos.

Todavia, poucos gostam de se aparecer na mídia quanto "Sandro Louco", como reclamar em juízo que um oficial PM lhe tomou R$40mil de um assalto e devolveu apenas metade ao banco, ou conceder entrevista por celular reclamando da péssima estrutura dos presídios mato grossenses.

Quantas pessoas “Sandro Louco” matou não se sabe com certeza, em latrocínio talvez dois, em vingança pelas ruas pelo menos mais dois, e em disputa pelo poder nos presídios talvez tenha mandado matar mais quatro.

O que se acumula contra “Sandro Louco” é tráfico de drogas dentro dos presídios, bem como posse de armas de fogo e depredações, além dos vários roubos e assaltos que exerce com notável sofreguidão, como quando fugiu de ala de segurança máxima no Pascoal Ramos e no mesmo dia, com voraz larica tomou num seqüestro relâmpago R$500,00 de um cidadão, um gol de outro, uma caminhonete de outro, foi para casa dormir, no dia seguinte assaltou uma chácara e depois assaltou um banco.

Nesse assalto colocou a mulher, Lucimeire, para conduzir o carro, mas todos foram cercados pela polícia na garagem da casa de uma amiga da mulher, que morava ao lado de um capitão da PM. Todos foram presos, incluindo o amigo de presídio Márcio Lemos Lima, o “Marcinho PCC”, quer dizer, o “Sandro Louco” fugiu, sendo preso meses depois comendo um pastel numa feira em Goiânia. Desde então está preso.

Ao contrário do cuiabano “Sandro Louco”, “o detento mais perigoso de Mato Grosso”, que está preso, e sem fugir desde 2006, eis que o "criminoso mais perigoso do Brasil", o mineiro Pedro Rodrigues Filho, 57 anos, mais conhecido como “Pedrinho Matador”, condenado a quase 200 anos de prisão foi solto pela Justiça em 2007 após cumprir 34 anos pelas 18 mortes cometidas dentro dos presídios.

O ex-presidiário “Pedrinho Matador” nem sabe quantos matou, mas sua presença sempre foi um perigo a qualquer outro. Psicopata, matava para passar o tempo dentro do presídio e, por isso, os carcereiros nunca o colocavam junto a outro preso, era morte certa.

O PCC o convidou a ingressar na fraternidade, mas “Pedrinho” recusou, pois começou a ganhar a vida, ainda quando usava calças curtas, matando traficantes para roubá-los, se tornou dono de boca de fumo ao se casar com a viúva de um traficante, e, para se impor nos negócios, eliminou a concorrência. Ao ser preso, cinco homens tentaram matá-lo, ele matou três e os outros dois foram salvos pelos carcereiros.

Diz que nunca matou autoridade alguma, exceto o vice-prefeito que demitiu seu pai, vigia de escola, sob a acusação injusta de furto de merenda, pois quem havia furtado foi outro vigia. Ambos se tornaram os primeiros da carreira de sucesso do filho do seu Pedro. Mas nem isso é confirmado, como se sabe, a mídia gosta de criar mitos, e vender jornais.

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