Apesar da qualidade extraordinária do Almanaque e da proposta de propagandear as atividades econômicas do estado para colocá-la ao lado das demais regiões brasileiras acabou por ter existência curta. O anuário circulou normalmente em 1928, mas com a greve dos gráficos paulistanos de 1929, esta edição atrasou e foi posta a circular no mesmo caderno de 1930. Depois disso, acabou.
Para se fazer o segundo número do Almanaque, o jornalista Ferreira da Silva percorreu a região sul de Mato Grosso, de Três Lagoas até Alto Araguaia, e o sudoeste goiano, chegando à Jataí, no período de maio até novembro de 1928, percorrendo “cidades e lugarejos, fazendas e rincões, transpondo limites e fronteiras e de Kodak em punho apanhando ao vivo as forças latentes do estado”, disse o editorial.
Segundo Elmano Soares, o Almanaque não foi custeado por subvenção oficial e sim por fazendeiros e comerciantes, notadamente do sudoeste goiano, mas que esperava contar com amparo público nos próximos números. Se o anuário tivesse continuado, certamente que se visitaria e se descreveria aspectos econômicos e sociais das capitais Cuiabá e Goiânia.
Na época o governador mato grossense era Mário Correa da Costa (1926-1930) que divulgou a construção de 4.459 km de rodovias, reformou 1.793 km e planejou a construção de mais 1.437 km . A malha divulgada ia de Cuiabá até Cáceres e descia indo até o sul de Mato Grosso, atual Mato Grosso do Sul. Todavia, pelas fotos do Almanaque se duvida um bocado da qualidade da “malha viária mato grossense”.
Mas o pensamento era justamente esse, se afastar do caminho dos rios navegáveis e se aprofundar pelo sertão, doando terras a quem desejasse, no caso, 50 hectares a qualquer brasileiro ou estrangeiro, ou mesmo montando colônias. Povoamento era a preocupação porque a riqueza era gerada pela terra disponível e por braços que a explorassem. No caso, eram 400 mil habitantes espalhados em 1.500.000 Km2 e essa densidade populacional tornavam ralos os recursos orçamentários de Mato Grosso.
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