quarta-feira, 27 de julho de 2011

A Torre da TV Assembleia

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso criou em 2003 sua TV Assembleia. Isso porque os leões do parlamento, as águias da democracia, os elefantes da sabedoria, os espíritos defensores insofismáveis da coisa pública mato grossense se abateram frente as várias denúncias e críticas vindas da sociedade e, mesmo de um dos seus pares, que os chamou de caititus, ou seja, temidos porquinhos do mato que andam em bando e que perdem a sua selvageria por um provido cocho de milho. Mas como os nossos deputados não são caititus é que se pensou em levar a imagem dos seus sons de modo direto à população de Mato Grosso.

Inicialmente a TV Assembleia contava com 30 profissionais trabalhando para alcançar a região cuiabana, que possui o potencial de 500.000 aparelhos de televisão ligados, ou 30.000 televisores sintonizados regularmente nos interessantes debates de um ou outro deputado, nas prolixas homenagens de entrega de títulos de cidadãos mato grossenses ou enfadonhas transmissões de formaturas de cursos de especialização dos servidores legislativos. Em 2011 se chegou a 50 profissionais da imprensa para levar conteúdo, ou matérias substanciosas, da Casa do Povo para dois milhões de habitantes, dentre os quais se espera uma audiência regular de 50.000 eleitores.


O que falta nesse momento é a construção da torre própria de televisão. A torre anterior, alugada da TV Rondon, afiliada do SBT, e de propriedade do deputado federal Roberto Dorner, foi derrubada por uma forte ventania em abril e, desgraçadamente, acabou matando um trabalhador que passava de caminhão no exato momento. A tragédia serviu para aporrinharem o construtor Mauro Mendes, da BIMETAL, aliado político do senador Blairo Maggi..


A torre autoportante tubular de 110 metros de altura que servirá aos trabalhos da TV e como marco, ou cartão-postal cuiabano, está sendo construída ao lado do prédio da Assembleia Legislativa pela construtora MULTIMETAL, de Altair Baggio, aliado político do deputado Riva. A obra começou logo após o acidente de abril com a conclusão prevista para julho, coisa que não houve, mas sim o aditivo de R$1,1 milhão sobre o projeto original de readequação do prédio da Assembleia. Mas a dúvida ainda corrói a audiência, o custo da torre é mesmo R$10mil ou está aditivado em R$50 mil o metro levantado?.


Obras de engenharia em Mato Grosso custam caro, mas por outro lado, a folha de pagamento de pessoal da TV está em conta pois consome aproximadamente R$150mil, ou menos de 1% dos gastos mensais da Assembleia, o que significa bons profissionais a custo razoável de mercado, e essa previsibilidade é espantosa porque normalmente os deputados, fiscais do dinheiro do público e não caititus, começam suas atividades com uma previsão orçamentária mas ao final alteram seus valores em mais 50%, ou seja, quando o Poder Legislativo prevê gastos anuais de 150 milhões é quase certo que gastará efetivamente R$225 milhões, momento em que se socorre no bom provedor, o Poder Executivo.

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