sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Os bons cuiabanos: Pedro Taques

Ao chegar a Cuiabá em 1998 causou-me espanto a atuação do procurador da república José Pedro Gonçalves Taques, eis que o baixinho era invocado à enésima potência, fiquei fã, e conseqüentemente eleitor. O quão zeloso, honesto e corajoso o Pedro Taques é demonstrou também no “Caso da Fazenda Codian”.

A história começa em 1979 quando o INCRA arrecadou como devoluta mais de 18.280,00 hectares em Campo Novo do Parecis e, em 1994 apareceu uma escritura de Youssef Nassin Katri constando como suas 11.548,00 hectares. Sendo assim, no ano seguinte o INCRA fechou o acordo de indenização ao dono de R$17milhões em Títulos da Dívida Agrária, algo como R$1.500,00/ha, mas se soube que o preço das terras na região eram de R$300,00 o hectare, ou seja, a indenização deveria ser de pouco mais de R$3,5milhões por tudo. Então o INCRA não pagou e o fazendeiro Katri entrou na Justiça Federal que consultou o Ministério Público Federal.

O processo da fazenda Codian estava sendo analisada por Pedro Taques quanto foi procurado pelo promotor de justiça Alexandre Antônio da Silva a pedido de José Ribeiro Viana e foi oferecido R$100mil por um parecer favorável. Segundo consta quem pediu o dinheiro foi Pedro Taques que passava por dificuldades para pagar o apartamento uma vez que seu salário mensal era de R$4mil, e condoído, o promotor que recebia R$8mil/mês resolveu emprestar R$50mil num dia e no dia seguinte mais R$50mil, momento em que foi preso pela Policia Federal na Avenida Lava-Pés, no bairro Goiabeiras.

A história do promotor, a época na Vara de Entorpecentes, foi enriquecida quando disse que “era acostumado a pedir o arquivamento de inquéritos e a absolvição de traficantes pela quantia de R$30mil” e que era amigo do lobista da “cambada do Piran” o advogado José Ribeiro Viana, pai de duas juízas mato grossenses, e que “era muito influente com Promotores de Justiça, Juízes de Direito e Desembargadores e que andaria guiando um veículo BMW e um Mitshubishi Eclipse” e por ai vai.

O ponto é esse, Pedro Taques poderia se esconder na burocracia e lavado as mãos, mas não o fez. A decisão de pagar uma pretensa indenização partiu do presidente interino do INCRA através de portaria de dezembro de 1995, sobre terras com documentação problemática desde os anos 60, mas o presidente também se escorava no superintendente de MT, que ouvia o diretor de recursos fundiários, que ouvia seus técnicos, que se manifestaram num processo e em mais dois do Ministério da Reforma Agrária.

Atualmente o promotor Alexandre Silva continua no MPE porque os procuradores de justiça de Mato Grosso perderam o prazo do processo que pedia a sua demissão. Os sempre zelosos promotores da justiça mato grossense se esqueceram desse assunto. Condenado pelo TJ/MT sete anos depois a dois anos de prisão teve a pena convertida em multa e prestação de serviços comunitários.

Do mesmo modo, o lobista José Ribeiro Viana teve o seu processo esquecido pela burocracia do judiciário, pois a denúncia tendo sido recebida em 1999 chegou a escrivaninha correta apenas em 2004, mas mesmo assim, ao invés de se "proferir julgamento imediato proferiu-se novo despacho de recebimento de denúncia dando a ação penal outro impulso que o levou ao limbo” até 2007, até que em 2008 foi condenado e, em 2009 foi extinto.

O procurador Pedro Taques poderia ficar atrás de papéis se lamentando pela morosidade das coisas, das injustiças que desgraçam nossa terra enquanto os mafiosos donos de Mato Grosso desfilavam por Cuiabá, mas o que fez foi continuar trabalhando com o mesmo zelo, honestidade e coragem até chegar ao Capo di tutti i capi de Mato Grosso derrotando o braço financeiro do crime organizado e, espantosamente fazendo o impensável, se lançando na vitoriosa campanha ao senado federal.

Do meu lado, de atônito abestado das coisas da cidade só posso fazer o que o tremor da minha pele permite, acreditar nos corajosos e nos honrados e, sem dúvida alguma um deles é o senador Pedro Taques.

2 comentários:

Enelson disse...

Fico triste pela minha cidade natal que também é a de Pedro Taques ser esquecida ogora que este se torna uma das principais figuras da politica de Mato Grosso e futuro Governador.

Anônimo disse...

Voçe Recebeu quantos para fazer uma materia dessa tão tendeciosa, o justiço pedro taques e tao honesto que o apartamento dele foi pra leilao pq nem contrato de compra e venda ele cumpre


Mais agora ele ta em boa compania otaviano piveta , aldo locateli

ate parece um recente senador que era justiçeiro e tinha uns amigos influente nee que caiu a poucos dias

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