Luiz
Antônio Vitório Soares é um candidato a vereador cuiabano pelo DEM nas eleições
de 2012. Dentre todos os cartazes dos candidatos espalhados pelos canteiros principais das avenidas da Capital, o de Luiz Antônio é o mais
chamativo simplesmente pela má qualidade da foto, mera ampliação de outra,
destacando um envelhecimento precoce e, principalmente pelo olhar ensimesmado,
ao longe, como se puxasse pela memória um tempo perdido, ou pensasse na morte da bezerra.
Mas
Luiz Antônio não é um candidato qualquer e sim um dos políticos mais
importantes de Mato Grosso. Para alguns metidos a íntimo, é o “Luiz Cabeção”, mas
para todos os demais apenas o grande Luiz Soares, filho de outro político relevante,
chamado Oscar Soares.
Aos
vinte e poucos anos se elegeu deputado estadual pelo MDB, e mais duas vezes pelo
PMDB. Acabou fundando o PSDB e indo ao sacrifício na disputa ao governo em
1990, quando perdeu para o candidato do PFL, atual DEM. O que poderia ser
espantoso, como alguém do MDB, ex-MR-8, estar militando com os “irmãos Campos”,
do DEM, ex-Arena, é explicado pela tendência histórica das composições por
amizade, e não por princípios ideológicos em Cuiabá.
Por
exemplo, Luiz Soares saiu do PSDB, mero caco do que fora com Dante de Oliveira,
devido a briga com o atual “dono”, ou nome forte do partido, Guilherme Maluf, e
parou no DEM porque seu amigo, Roberto França lá estava, e este, anteriormente
também saiu do PSDB por ter brigado com o antigo “dono”, Dante de Oliveira,
porque este, ao invés de apoiar a sua certeira reeleição a prefeito preferiu
bancar o nome de um amigo de infância. Dizem que a briga Dante de Oliveira e
Roberto França foi o início da derrocada do PSDB em MT.
Enfim,
o que resta é recomeçar. Ainda que melancolicamente, e descontextualizadamente, posto que o que chama a atenção no “santinho” de Luiz Soares
é o olhar perdido à la Che, na foto mais reproduzida do mundo e que nas
palavras do fotográfo Alberto Korda “Guevara demonstrava imobilidade absoluta,
raiva e dor” e quiçá “firmeza de caráter, estoicismo e determinação”.
Curiosamente, Luiz Soares, ex-MR-8, inspirado em Che Guevara, deixou de sorrir
à la Senhor Burns, como José Serra, e posa para fotos com jornalistas como Che.
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